Ao falar sobre Alford & Hoff, faz sentido começar por Barry Alford e Jefferson Hoffman. Hoffman é um homem de negócios. Alford tem um passado na indústria de equipamentos médicos. Antes de os amigos se tornarem gurus dos cosméticos, eles eram simplesmente dois colegas que jogavam futebol americano no Arizona, e perceberam que ambos se interessavam pelo conceito de “cuidar de si mesmo”. Apesar de não ser um estereótipo do macho heterossexual, isto não é tão incomum. Eles estavam gostando muito da ideia. Se o time viajava para, digamos, Los Angeles para jogar, todos menos Alford e Hoffman faziam a rota dos bares na Sunset Boulevard; ao invés disso eles iam até a Barneys para conhecer os lançamentos em hidratantes e esfoliantes.

Não foi só por vaidade que eles trocaram a cerveja pelos esfoliantes corporais: eles pensavam em criar uma empresa. Em alguns anos, uniram-se ao Dr. John Gross, cirurgião plástico e professor na Faculdade de Medicina da University of Southern California, criaram a Alford & Hoffman, Inc. e lançaram uma incrível linha de produtos para a pele, de homem para homem. Seu consumidor-alvo é o homem de terno e gravata mediano - um idiota quando o assunto é gel para os olhos, mas que quer uma aparência melhor e quer cuidar da pele. Só estava faltando uma fragrância.

O que nos traz à chegada do perfume de assinatura da marca.

Sob a direção criativa dos fundadores, o perfumista Rodrigo Flores-Roux construiu o cheiro. Flores-Roux vem recentemente monopolizando o mercado em masculinos sofisticados com verdadeiros hipsters olfativos. Ele está atualmente criando a coleção Varvatos tijolo por tijolo, e costuma fazer coisas que, enquanto seguras, fogem do molde do sabão em pó do Kenneth Cole ou do modelo metalizado do Azzaro. Suas fragrâncias nos fazem pensar: “este cara percebe o sentimento geral, é esperto, tem algo a dizer.”

Alford & Hoff é uma das melhores fragrâncias de Flores-Roux. Quente e rica, usa a madeira como o mais leve dos temas, ao lado de condimentos naturais e puros. Esta combinação abrange toda a essência da madeira: é uma madeireira conceitual, idealizada. Sua fusão entre condimento e madeira de lei cria uma apresentação quente, quase caramelizada, que emana do frasco de modo tão cremoso quanto um pedaço de cerejeira lixado até ficar macio, como a maciez de um terno feito com uma luxuosa lã fria. É masculino, embora omita seus clichês: você pode evitar problemas ao comprar dois vidros ao invés de um, porque sua namorada vai roubar um deles.

Os homens, pelo menos nos Estados Unidos, estão sempre preocupados com quanto perfume passar: quanto é muito, quanto é pouco. Como um programador de softwares criando um programa que resolve os próprios problemas, Flores-Roux criou uma fragrância que controla a própria dose. Alford & Hoff se auto-regula quando você o borrifa, e sua evolução se mantém num volume perfeito e consistente. O homem mediano não precisa se preocupar com isso. Ótimo.

Este perfume é moderno. É atraente. Tem algo a dizer. Em outras palavras, é perfeito para aquele que não conhece nada da Sephora, mas lá no fundo quer que as pessoas parem, sorriam, olhem para ele com um olhar estranho e perguntem: “Que perfume é esse?”