So Elixir deve ser usado acompanhado de joias douradas e um bronzeado perfeito

por Chandler Burr, do "The New York Times" *
Notas Perfumadas

  • Frasco do perfume So Elixir da marca francesa Yves Rocher
    Criadora: Yves Rocher Gênero: Feminino Avaliação:

A empresa de cosméticos francesa Yves Rocher apresenta ao mercado boas fragrâncias. Feitas com competência e custando um valor razoável, os perfumes Yves Rocher não chegam a ser reveladores. Rose Absolute, uma adorável mistura criada por Christine Nagel, possui sutis nuances de peônia e violeta. Não lembra nada o Paris de Yves Saint Laurent, - criado, óbvio, por Sophia Grosjman – mas é um pouco mais discreto e recende um pouco mais a talco. O mais recente, So Elixir, faz lembrar o 1000 de Jean Patou, criado por Jean Kerleo em 1972. So Elixir é um perfume, e um perfume suntuoso, do final do século 20. Ele canaliza flores brancas, doces e sustanciosas quanto elas podem ser, e deve ser usado acompanhado de joias douradas e um bronzeado perfeito.

Enquanto Anne Kayser atuou como diretora de criação do So Elixir, os pesos-pesados Olivier Cresp e Jacques Cavallier, trabalhando com Marie Salamagne, construíram a fragrância. O release para impresa do perfume oferece uma perspectiva interessante ao exibir aspas de cada um dos três perfumistas. Eu normalmente evito os releases para imprensa, mas deste eu não fugi: as declarações de Cresp, Cavallier e Salamagne são bastante plausíveis, podem realmente ter sido ditas e fornecem uma descrição honesta do odor. Elas também funcionam como uma rara descrição dos vários papéis que cada perfumista pode assumir durante a construção de uma fragrância.

 


Salamagne: “Logo que discutimos o projeto, eu quis criar uma flor branca moderna: uma fragrância sutilmente intoxicante e sensual. Para deixar as notas florais ainda mais vibrantes, escolhi meu ingrediente favorito: patchouli. As notas amadeiradas do patchouli lapidam a flor e criam algo como uma faísca entre os dois ingredientes.” So Elixir é isso: flores brancas sustanciosas e patchouli, o que resultam em luxo neo-modernista.


Cresp: “Marie teve a ideia principal, e meu papel foi estruturá-la e lhe dar volume. Como um arquiteto, redefini o espaço ao trazer verticalidade. Cada faceta desta criação foi cuidadosamente lapidada para abrandar o acorde flor branca-patchouli e encontrar o equilíbrio perfeito.” Dá para entender o que Cresp quis dizer por “verticalidade”: So Elixir não apresenta costuras, ao invés disso apresenta uma superfície brilhante, polida e totalmente coerente.


Cavallier: “Quando me envolvi com o projeto, quis realçar a sensualidade carnal do perfume com uma explosão de luz. Foi por isso que trabalhei na abertura da composição, acrescentando um convidativo e radiante frescor.” Quem conhece e se preocupa com perfumes geralmente percebe as notas de abertura de um perfume como bônus, tal como um belo embrulho de um presente. Elas geralmente evaporam rápido, mas neste caso, um pouco do frescor que Cavallier mencionou continuam ali. É um efeito delicioso.


So Elixir não rompe nenhuma barreira, mas foi criado com solidez e evoca o luxo de modo acessível. Você iria adorar o cheiro em sua pele, sentindo o calor das flores delicadamente metálicas e da grama misturada à terra.
 

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