Quais são os tipos de lâmpadas incandescentes?

Fernando Forte e Rodrigo Marcondes Ferraz

Fernando Forte e Rodrigo Marcondes Ferraz

As lâmpadas conhecidas como incandescentes podem ser de vários tipos. É a lâmpada predominante na iluminação residencial no mundo todo por ser a mais antiga, a mais disponível para a compra e por ter um baixo custo.

No mercado podemos encontrar vários modelos de lâmpadas incandescentes, como a bolinha, a vela, a clássica transparente, a clássica branca. Há ainda as espelhadas e até as anti-insetos, que os inibem pelo tom amarelado da luz que emitem. O baixo rendimento deste tipo de lâmpada faz com que atualmente ela seja pouco usada para fins não-residenciais.

Além das incandescentes comuns, encontradas em qualquer supermercado e vistas atualmente como grandes vilãs do consumo, temos o grupo das incandescentes halógenas, como as PAR, as dicróicas, as AR ou as Halopin.

As halógenas são lâmpadas incandescentes que possuem elementos halógenos, como iodo ou bromo, dentro do bulbo. O ciclo de reações químicas que ocorre no interior do bulbo permite que o filamento da lâmpada trabalhe em temperaturas mais elevadas, rendendo maior eficiência luminosa. Em termos de consumo, oferecem mais luz com uma potência geralmente menor do que as incandescentes comuns, além de terem uma vida útil mais longa.

Apesar de consumirem mais energia do que as fluorescentes, essas lâmpadas têm inúmeras qualidades que as fazem estar presentes em qualquer bom projeto de iluminação. São as mais adequadas para a criação de efeitos e para a valorização de objetos, quadros e esculturas, ou para destacar texturas, materiais e outros elementos arquitetônicos ou decorativos.

Com estas lâmpadas podemos ainda trabalhar com a dimerização, ou seja, diminuir ou aumentar a intensidade luminosa das lâmpadas utilizando os dimmers. Assim, conseguimos diminuir o consumo e mudar a quantidade de luz em ambientes como quartos ou home theaters de acordo com a conveniência. Em ambientes integrados essa solução é bastante interessante: é possível escurecer só a sala de TV enquanto se assiste a um filme, e voltar a deixá-la tão clara quanto o restante do living ao final da sessão.

Normalmente estas lâmpadas têm uma luz mais amarelada e mais agradável, ideal para boa parte dos ambientes de uma casa por passar a sensação de aconchego.

Podem ainda estar ligadas a células fotoelétricas que controlam o acendimento das luzes em áreas abertas quando anoitece, ou a sensores de presença, que acendem as lâmpadas sempre que houver movimento, como ocorre em grande parte dos halls de elevador. Usadas assim, proporcionam uma economia de energia.

O mercado hoje oferece um grande leque de opções de lâmpadas halógenas, mas as principais são:

Dicróicas - destinadas a iluminação decorativa e de destaque, possuem várias angulações de facho e algumas temperaturas de cor. Têm um bom índice de reprodução de cor, o que as torna interessantes para iluminar objetos em exposição em lojas, por exemplo.

PAR - refletoras, são ideais para iluminação dirigida e de destaque, possuem várias opções de cores e são muito usadas para iluminação externa, pois podem ficar expostas às intempéries sem a necessidade da proteção das luminárias. Quando usada na cor convencional é a lâmpada mais precisa no índice de reprodução de cores, sendo perfeita, portanto, para o uso em espelhos de banheiros para maquiagem, para o destaque de quadros e em lojas que querem valorizar seus produtos. Quando usada para a iluminação principal de ambientes, produz uma luz difusa, forte e agradável. Existe em diferentes tamanhos, como a PAR 20, PAR 30 e PAR 38.

AR - parecidas com as lâmpadas usadas por dentistas, são ótimas para iluminação de efeito a média e longa distância. Possuem um facho de luz definido e preciso de 4º a 24º. As AR 48 são bastante usadas em áreas com pé-direito baixo para destaque de objetos. As Ar 70 podem ser usadas em locais com pé-direito de até 3 m, destacando objetos e paredes. Já as AR111 são indicadas para ambientes com pé-direito acima de 3 m, também para efeito de destaque. As ARs têm um facho de luz muito preciso que pode ser explorado como elemento decorativo.

Halopin – É uma lâmpada bem pequena, mas com forte intensidade. Disponível com potências entre 25 W e 60 W, é ideal para luminárias compactas e decorativas, como arandelas e luminárias de mesa. O índice de reprodução de cor é excelente.
É importante lembrar que as halógenas possuem uma temperatura de funcionamento elevada e, por isso, é importante deixá-las afastadas e não direcioná-las diretamente para uma pintura ou outros objetos sensíveis ao calor. Além disso, o uso indiscriminado destas lâmpadas pode tornar os ambientes excessivamente quentes, em especial se tiverem pé-direito baixo.
Além destes, há no mercado outros tipos de lâmpadas halógenas destinadas a usos mais específicos.

Essas lâmpadas podem ser utilizadas em conjunto com as fluorescentes, das quais trataremos no próximo artigo, aliando à iluminação abundante e difusa dessas um bom índice de reprodução de cor.

Sugerimos àqueles que não poderão contratar um projeto luminotécnico ou um arquiteto que, ao realizarem seus projetos, conversem pacientemente com um vendedor especializado (sempre à disposição nas grandes lojas de luminárias) ou alguém com conhecimento na área. Em geral uma mistura de tipos diferentes de lâmpadas, com funções diferentes, é o que garante uma bela iluminação.

Lembre-se que a luz pode mudar muito o aspecto de sua casa ou loja, com influência direta no seu conforto, humor e bem estar.

Fernando Forte e Rodrigo Marcondes Ferraz

Fernando Forte e Rodrigo Marcondes Ferraz são arquitetos formados pela FAU-USP e sócios do escritório Forte Gimenes Marcondes Ferraz (www.fgmf.com.br)

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