Como escolher o rack certo para não estragar a decoração da sala de estar?
Depois do sofá, o rack é a peça mais importante em uma sala com TV. Mas isso não quer dizer que o móvel deva chamar muita atenção. É aí que está o grande risco na decoração de um ambiente para televisão. Rack é um acessório na decoração e não deve jamais ser o protagonista. Veja abaixo como escolher o móvel certo para sua casa e não errar nas medidas, cores e revestimentos.
• Eu prefiro móveis sob medida. Um rack feito por um marceneiro de confiança, com um desenho discreto e bem acabado, é o ideal. Mas maioria das pessoas erra na altura da peça. Nos meus projetos, o rack nunca passa de 50 cm de altura. Se ele for alto demais, a sala acaba ficando visualmente menor e mais poluída. Peças baixinhas ficam mais elegantes.
• Se você mandar fazer uma peça sob medida, ela não precisa ficar encaixada entre duas paredes. Dê preferência a uma peça solta, com respiro nas laterais. Dessa forma, é possível aproveitá-la em outro ambiente se for preciso mudar de endereço. Tome o mesmo cuidado ao comprar uma peça pronta.
• Antes de encomendar ou comprar o móvel, analise os aparelhos de som e TV que ele irá acomodar. A caixa de subwoofer, por exemplo, precisa ficar no chão, ao lado da peça. Além disso, os nichos devem comportar o receiver, normalmente mais alto que os demais aparelhos. Nada pior que comprar ou mandar fazer um móvel sob medida e um aparelho não caber.
• No que diz respeito a cores, o ideal são as discretas. Eu gosto de preto, branco ou madeira clarinha. Peças em laca brilhante também são ótimas opções, desde que a qualidade da pintura automotiva seja boa. Cores fores como vermelho e amarelo estão na moda, mas cuidado! A probabilidade de você enjoar é alta depois de alguns meses. Fuja de estampas e móveis com adesivos. Lembre-se de que você vai ficar olhando para o rack enquanto estiver assistindo TV!
• O desenho mais simples e mais eficiente de um rack de TV é aquele com um grande nicho em cima e gavetões embaixo, onde podem ficar guardados DVDs, cabos (todo mundo tem vários hoje em dia e não sabe onde guardar) e mantinhas para os dias frios. Os espaço que sobrarem no nicho podem ser preenchidos com livros de arte e outro objetos decorativos.
• Se você mora em apartamento, fique atento às dimensões de elevadores, escadas e portas do prédio. Isso porque se o rack for muito grande, ele terá que ser içado pela janela ou varanda e a dor de cabeça é grande. Além de gastar mais dinheiro no transporte, existe o risco de danos à peça. Nesse caso, a dica é dividir o móvel em duas ou três partes. Não, não fica feio!
• Se o dinheiro estiver escasso na sua conta bancária, use a criatividade e improvise. Algumas peças podem servir muito bem como rack e suporte para aparelhos e TV. Na minha casa, por exemplo, uso um antigo baú para apoiar os aparelho de DVD e o da TV a cabo. A televisão fica fixa na parede.
• Gosto de TVs na parede. Além de liberar espaço sobre o rack, a sala fica mais organizada e limpa, sem fios aparentes. Mas lembre-se que para deixar o espaço clean, os fios devem ficar embutidos em conduítes (de uma polegada) dentro da parede. É preciso fazer uma pequena obra em casa. Se você não quiser sujeira, a opção é encomendar um painel de madeira que vai esconder todos os fios.
• Um dos grandes segredos para montar um espaço de TV, além da altura certa do rack, é a altura da televisão. O ideal é que o meio do aparelho fique na altura dos olhos de quem está sentado no sofá. Um dos truques é colocar a base da TV a um ou dois palmos do rack. Televisão no meio da parede ou muita alta fica cafona. Sua casa não é motel!
• Cuidado com os enfeites sobre o rack. As pessoas exageram nas toalhinhas de crochê, nos porta-retratos e bibelôs. Se você não tem peças interessantes, melhor não colocar nada. Livros, pequenas esculturas e uma bandeja com copos e bebidas são mais que suficientes.
Marcel Steiner
Marcel Steiner é designer de interiores e mestre em história e crítica da arquitetura pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP