Como funciona o sistema de energia solar com placas fotovoltaicas?

Fernando Forte e Rodrigo Marcondes Ferraz

Fernando Forte e Rodrigo Marcondes Ferraz

Continuando a série de artigos sobre geração de energias limpas, iremos falar um pouco a respeito das placas fotovoltaicas, que nada mais são do que geradores de energia a partir da energia solar.

Diferente dos aquecedores solares, que apenas geram água quente para chuveiros, torneiras ou piscinas, as placas fotovoltaicas têm a capacidade de gerar energia elétrica a partir dos raios do sol. Essa energia pode ser utilizada para diversos fins, como acender uma lâmpada ou ligar uma televisão.

Os painéis fotovoltaicos são compostos por estruturas chamadas células fotovoltaicas, que têm a propriedade de criar uma diferença de potencial elétrico por ação da luz. O efeito fotovoltaico faz com que essas células absorvam a energia do sol e façam a corrente elétrica fluir entre duas camadas com cargas opostas.

Os materiais mais frequentemente usados para a fabricação destas células são o silício cristalino e o arsenieto de gálio. Um conjunto de células formam cristais, que são posteriormente cortados em pequenos discos polidos, que são as pequenas bolinhas que vemos nos painéis. Com a adição de fósforo e condutores metálicos, formam-se as células, que são posteriormente fixadas num painel rígido ou flexível e que recebe uma placa de vidro na face frontal para proteção das células.

O uso em grande escala

A quantidade de energia gerada por uma usina solar está diretamente ligada à quantidade de sol que incide sobre a região a cada dia e à área de painéis de cada usina. O Brasil ainda é incipiente no uso da energia solar, mas países como Alemanha, Portugal, México e Canadá já possuem diversos parques de geração de energia solar.

Esta é uma forma totalmente limpa de geração de energia e a tendência é que seu uso se intensifique. O custo de produção ainda é bastante elevado e os investimentos até o momento dependem de incentivos governamentais.

O uso em pequena escala

É possível contar com painéis solares para suprir uma residência ou parte dela com esse tipo de energia?

Como o custo de produção dessa energia ainda é bastante alto, vemos poucos exemplos de aplicação atualmente. Podemos, porém, identificar nas estradas uma série de antenas ou postes de luz nos pontos de descanso de automóveis.

Devido ao fato da quantidade de energia gerada estar intimamente ligada à quantidade de painéis, podemos dividir os circuitos de uma residência, ligando apenas parte deles ao sistema de geração solar, enquanto a outra fica ligada ao sistema comum que vem da rua. Dessa forma conseguimos chegar na melhor relação custo x benefício do sistema.

Outra maneira de utilizarmos a energia solar -e que está se tornando mais comum- é para a iluminação externa. O mercado começa a produzir luminárias (várias delas usando lâmpadas de LED) que funcionam unicamente com energia solar. A grande vantagem da utilização dessas luminárias é poder dispensar todos os conduítes e a fiação para a instalação, posto que cada luminária funciona como um sistema autônomo. Ou seja, as luminárias são mais caras, mas o custo é compensado por dispensar as instalações.

Por fim, devemos lembrar que, assim como acontece com os aquecedores solares e os geradores eólicos, o custo de instalação das placas fotovoltaicas vai se pagando ao longo dos anos. Logo, quanto mais intensa a utilização no dia a dia, mais rapidamente o sistema vai se pagar.

Portanto, montar um sistema como esse e mudar de casa dois anos depois é jogar dinheiro fora, assim como é difícil fazer essa conta fechar em casas de veraneio, utilizadas poucos dias por mês. Mas se a idéia é permanecer no mesmo local por bastante tempo, o sistema pode ser considerado, e deverá se tornar ainda mais eficiente nos anos vindouros.

Fernando Forte e Rodrigo Marcondes Ferraz

Fernando Forte e Rodrigo Marcondes Ferraz são arquitetos formados pela FAU-USP e sócios do escritório Forte Gimenes Marcondes Ferraz (www.fgmf.com.br)

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