Qual o segredo para não enlouquecer durante uma reforma?

Marcel Steiner

Marcel Steiner

  • Fernanda Petelinkar/UOL

    Planejamento é a palavra-chave para ter uma reforma tranquila. Encontrar bons fornecedores e manter um bom relacionamento com eles também ajudam bastante

    Planejamento é a palavra-chave para ter uma reforma tranquila. Encontrar bons fornecedores e manter um bom relacionamento com eles também ajudam bastante

Reformar a casa não é para qualquer um. É por esse motivo que a maioria dos brasileiros prefere comprar um apartamento novo, recém-construído. Mas é nos prédios antigos que estão os melhores imóveis, com pé-direito alto, ambientes generosos e charme de outros tempos. Tudo que quase nenhum prédio novo oferece, infelizmente.

Se você está disposto a enfrentar uma obra, respire fundo e deixe toda a ansiedade de lado. Chegou a hora de planejar a empreitada e controlar suas emoções. Caso contrário, o risco de um colapso nervoso é grande. É comum proprietários brigarem com arquitetos e decoradores ou com fornecedores e não curtir o que uma reforma tem de bom.
Confira o que é preciso para preservar sua saúde financeira e emocional durante este processo.

Planejamento

Parece óbvio, mas planejar uma obra é essencial. Não adianta sair por aí quebrando paredes e decidindo acabamentos ao longo da obra. Em primeiro lugar, é preciso ter um projeto de arquitetura de interiores. A menos que você tenha familiaridade com o assunto, é importante contratar um profissional qualificado para auxiliá-lo a criar a casa perfeita para sua família. Este procedimento evita gastos desnecessários e aumenta a velocidade da obra.

Vale à pena discutir bem o projeto antes de começar a quebradeira. Não se preocupe se esta etapa durar algumas semanas. Um bom projeto precisa de tempo e muitos debates. Não há milagre. É melhor gastar tempo alterando o layout no papel em vez de mudar paredes no meio da obra.

O projeto ideal é entregue pelo profissional após algumas reuniões. Nem sempre ele aparece no primeiro esboço.
Sua versão final, chamada de projeto executivo, deve conter detalhamentos de marcenaria, de revestimentos, elétrica e hidráulica. Tudo isso precisa estar especificado. Dessa forma, as chances de erro são menores.

Além do projeto, outro item importante é o orçamento. Com o projeto pronto, é possível estimar o quanto será preciso gastar na obra. E não há orçamento sem projeto. É normal que o projeto mude em função do orçamento, mas um é complementar ao outro. Sem uma planilha com todos os itens da reforma e da decoração, nunca comece uma obra. É um tiro no escuro!

Bons fornecedores

Depois de escolhido o arquiteto ou decorador, e com o projeto em mãos, o próximo passo é escolher quem irá executar a obra. Prefira sempre aqueles fornecedores com boas indicações. Claro que isso não garante nada, mas é meio caminho andado. Essa dica vale para tudo, desde quem vai fazer a demolição até o profissional da marcenaria.

Procure ter um bom relacionamento com a equipe da obra. Um amigo fez uma coisa incrível com os dois pedreiros que reformaram sozinhos seu apartamento. Antes de começar a obra, ele comprou dois aparelhos de mp3, colocou uma playlist bem dançante, e deu de presente. “Queria que eles fizessem a obra com prazer. Afinal, era a minha casa que estava em jogo”, explica.

Há clientes que fazem cafezinho, que levam refrigerantes ou docinhos ao canteiro de obra. Eu nunca levei nada, mas tenho um ótimo relacionamento com as equipes. O segredo é fazer com que eles se envolvam com o projeto. Acho que eles percebem meu entusiasmo com o trabalho e capricham no que estão fazendo. E aproveito para sempre pedir a opinião deles tanto na parte técnica, quanto na parte estética. Surgem grandes surpresas e soluções.

Controle emocional

Uma obra é resultado de um trabalho artesanal. Sem contar que o número de pessoas envolvidas na empreitada é enorme. E é impossível manter o controle sobre tudo e todos. Errar faz parte do ser humano. Não existe obra sem erros. É preciso aceitar isso. Os marinheiros de primeira viagem, que nunca passaram por um canteiro na vida, costumam sofrer muito.

Quem trabalha com reformas (ainda bem que eu não faço isso!) já está habituado a lidar com erros diários. O importante é manter a calma e encontrar uma solução. Nem tudo sai como o esperado. A chave para manter a calma é saber lidar com as frustrações.

Marcel Steiner

Marcel Steiner é designer de interiores e mestre em história e crítica da arquitetura pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP

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