Novo World Trade Center finalmente se soma à silhueta de Nova York

EMILIO LÓPEZ ROMERO

De Nova York

  • Mark Lennihan/AP

    "One World Trade Center" , também chamado "Torre da Liberdade" ganha forma e soma-se à silhueta de Nova York. Quando terminado, o arranha-céu terá 104 andares e 541 metros

    "One World Trade Center" , também chamado "Torre da Liberdade" ganha forma e soma-se à silhueta de Nova York. Quando terminado, o arranha-céu terá 104 andares e 541 metros

Nova York, 7 set (EFE).- Uma década depois da Al Qaeda ter obrigado a rebatizar o sul de Manhattan como Marco Zero, após os ataques de 11 de setembro, as obras do novo World Trade Center seguem ininterruptas, e a chamada Torre da Liberdade se soma à silhueta de Nova York para ocupar o lugar deixado pelas Torres Gêmeas.

"Tínhamos que preencher o buraco que foi deixado na silhueta da cidade, e o novo One World Trade Center já aparece no horizonte", afirmou nesta quarta-feira à Agência Efe Kenneth Lewis, chefe do escritório de arquitetos "Skidmore, Owings and Merrill" responsável pelas obras da torre, um novo Centro de Comércio Mundial.

A construção do novo arranha-céu ficou muito tempo paralisada por problemas burocráticos e divergências políticas, mas agora avança no frenético ritmo de um andar por semana. Essa é, para Lewis e muitos nova-iorquinos, a melhor resposta à ameaça terrorista, e está repleta de simbolismos.

Entre eles destaca-se sua altura, de 541 metros, o equivalente a 1.776 pés, ano em que os Estados Unidos declararam sua independência formal do Império Britânico. Já o terraço fica a uma altura de 417 metros, a mesma que tinham as Torres Gêmeas, o que vai transformar a nova construção em um ícone da cidade dos arranha-céus.

Além disso, o imponente edifício de vidro, chamado inicialmente de Torre da Liberdade, nome que alguns nova-iorquinos se recusam a desprezar, se tornará o mais alto de Nova York e o segundo em todo o mundo quando alcançar seus 104 andares.

"Estou muito orgulhoso de fazer parte deste projeto, mas agora o que me preocupa é terminar a tempo e fazê-lo bem", respondeu o arquiteto sobre suas sensações com o One World Trade Center. As obras devem ficar prontas no final de 2013, e o prédio incluirá "os mais altos padrões de segurança".

Lewis comemorou o fato de os nova-iorquinos terem batizado o edifício como Torre da Liberdade. "Não vejo nome melhor", disse, embora reconheça que os arquitetos sempre se referiram ao arranha-céu como "Torre Um". A quatro dias do décimo aniversário do 11/9, as obras já superam 80 andares.

O lugar exato onde ficavam as Torres Gêmeas se tornará agora um memorial em lembrança das quase 3 mil vítimas do 11/9. Seus nomes foram impressos em bronze nas paredes de duas imponentes piscinas que serão inauguradas neste domingo, coincidindo com a comemoração do décimo aniversário.

Lá estará Brian Lyons, que participou dos trabalhos de reconstrução do edifício. Ele chegou no dia dos atentados para procurar seu irmão Michael, um dos bombeiros que faleceu entre os escombros das Torres Gêmeas.

"Ver este edifício é a melhor homenagem que posso fazer a Michael", declarou à Efe o operário. Para ele, o novo World Trade Center, em cuja obra chegou a trabalhar "15 horas diárias, sete dias por semana, durante dois anos", é agora um "orgulho" para os nova-iorquinos.

Dos seis arranha-céus que formarão o novo World Trade Center, só um já está completo: a torre sete, única que dependia exclusivamente de fundos privados e foi inaugurada há dois anos, além de uma nova estação de transportes projetada pela firma do arquiteto espanhol Santiago Calatrava.

Muito se fala atualmente do décimo aniversário do 11/9, mas se há um assunto em que as autoridades de Nova York e os agentes imobiliários concordam é de que o Marco Zero já se transformou no novo World Trade Center, e de que a construção deve confirmar a ascensão definitiva do sul de Manhattan.

Larry Silverstein, agente por trás do World Trade Center, afirmou esta quarta-feira que os novos arranha-céus estarão "em breve" ocupados. Em ato junto com o prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, ele disse que após o "êxodo em massa" no sul de Manhattan depois do 11/9 ele se propôs o desafio de começar a "reconstrução".

"Agora que Osama bin Laden morreu, o baixo Manhattan está mais vivo que nunca", afirmou Bloomberg em um editorial desta quarta-feira no jornal "USA Today", no qual assegura que a mensagem principal que deve prevalecer dez anos depois do 11/9 é de que os terroristas "perderam".

Após os atentados, muitos se perguntaram se o sul de Manhattan chegaria algum dia a se reerguer, e hoje, dez anos mais tarde, ele volta a recuperar a vida com a chegada de grandes empresas querendo se instalar, como o editorial "Conde Nast" e inclusive o banco "Goldman Sachs", que há quase dois anos transferiu seu quartel-general a apenas alguns passos do Marco Zero.

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