São Paulo, 457 anos e muitos problemas na área da habitação

SÃO PAULO – O crescimento urbano desordenado marcou a história de São Paulo, que completa 457 anos nesta terça-feira (25). E projetos para melhorar a qualidade de vida dos moradores da capital paulista devem passar por replanejamento da grande planta da cidade, na avaliação do presidente do Secovi-SP (Sindicato da Habitação), João Crestana.

Para ele, transformar áreas degradadas em habitáveis é um bom começo, como é o caso do centro velho da cidade. “Enquanto no centro da cidade existem 40 empregos por habitante, em Itaquera, por exemplo, há 20 habitantes por emprego, resultado do espalhamento, o que é uma perversidade com o trabalhador que chega a demorar três horas para chegar ao trabalho ou voltar para a casa”, afirmou Crestana, de acordo com a Agência Brasil.

Crestana acredita que, em cidades como São Paulo, o ideal é morar perto do trabalho, em locais com fácil acesso a áreas de lazer, cultura e estabelecimentos comerciais que oferecem produtos e serviços.

Nesse sentido, a revitalização do centro tem extrema importância, como afirma o superintendente da ONG Associação Viva o Centro, Marco Antonio Ramos de Almeida. “A função habitacional do centro deve ser estimulada porque, em relação a outros países, a densidade é muito baixa”, disse, ainda segundo a agência.

Modelo verticalizado

O crescimento acelerado e desorganizado da cidade teve como principal motivo o aumento igualmente rápido da população. Segundo Crestana, em 1880, a capital tinha 60 mil habitantes. Hoje, são mais de 11 milhões. “E, se a gente incluir os demais municípios da região metropolitana, são 20 milhões de pessoas”, disse.

“A cidade se espalhou demais, o que torna a área urbana ineficiente, pois as pessoas têm de se deslocar de muito longe sem contar com um sistema de transporte eficiente”, afirmou Almeida, da Viva o Centro.

Para que a cidade se torne eficiente, do ponto de vista urbano, Crestana acredita que é preciso adotar um modelo de ocupação mais compacto, denso e vertical. “Só que verticalizada com inteligência, com arquitetura bonita, área verde, com obras de drenagem para evitar as enchentes”, disse, ainda segundo a agência.

Áreas para que esse modelo seja adotado não faltam, segundo Crestana. Ele cita os velhos galpões da Avenida Presidente Wilson, que começa na região do ABC Paulista e termina na Mooca. “São mais ou menos 10 milhões de metros quadrados e, dos cerca de 300 galpões, apenas 20 têm valor histórico”, reforça.

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