Demolição de antiga rodoviária recomeça na Luz, em SP

São Paulo - A demolição da antiga rodoviária de São Paulo, na Luz, região central, recomeçou. A liminar que impedia as obras foi suspensa há uma semana e os tratores voltaram a derrubar muros e paredes. A revitalização urbanística da cracolândia, porém, só terá início, "na melhor das hipóteses", no segundo semestre de 2011, segundo afirmou ontem o prefeito Gilberto Kassab (DEM).

Os trabalhos acontecem no quarteirão entre a Avenida Duque de Caxias, a Praça Júlio Prestes e as Ruas Helvétia e Barão de Piracicaba. A obra havia sido interrompida há cerca de um mês, quando uma das empresas que perderam o contrato de R$ 3,5 milhões para a demolição contestou a licitação na Justiça. O governo do Estado planeja construir ali o Complexo Cultural Luz - conjunto de três teatros de cerca de R$ 600 milhões, ainda sem prazo para sair do papel.

Além do projeto estadual, a Prefeitura também planeja revitalizar 53 quarteirões da cracolândia - no início do seu segundo mandato, Kassab disse que a ação era prioridade absoluta do governo. O plano também não tem data para ficar pronto. "Vamos receber o projeto finalizado em abril e já abriremos a licitação (da concessão urbanística) em seguida", disse o prefeito.

O jornal O Estado de S. Paulo revelou no dia 31 de agosto que os viciados em crack haviam invadido o terreno quando as obras foram interrompidas, para coletar pedaços de metal para vender. A volta dos tratores à área da antiga rodoviária não foi suficiente para afastá-los - agora, eles caminham entre as máquinas sem qualquer tipo de bloqueio ou equipamento de segurança que os proteja de tijolos, entulho e da poeira.

Isso acontece porque a demolição é executada sem a proteção de tapumes - exigência do Código de Obras municipal. Segundo essa lei, todos canteiros devem ser vedados por estruturas de 2,20 metros para impedir a invasão e diminuir o impacto da poeira no entorno. Mas os funcionários da obra contam que os tapumes foram roubados para virar barracos numa favela do centro. Sem eles, os viciados entram no terreno e se arriscam entre os tratores - as peças metálicas são compradas por R$ 0,20 o quilo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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