Prefeitura de São Paulo deve arcar com metade do custo da Nova Luz
A Prefeitura de São Paulo deve investir mais da metade dos cerca de R$ 1,1 bilhão previstos para desapropriação e demolição de imóveis da cracolândia, na região central da capital paulista. O secretário municipal de Desenvolvimento Urbano, Miguel Bucalem, participou ontem de audiência pública na Câmara sobre o projeto Nova Luz, que prevê gastos entre R$ 370 milhões e R$ 621 milhões para a administração municipal.
A estimativa de que a Prefeitura bancaria mais da metade do valor previsto na concessão urbanística do projeto Nova Luz levou a críticas. O vereador Chico Macena (PT) considerou o investimento público desproporcional. "É um absurdo a Prefeitura bancar R$ 600 milhões e a iniciativa privada os outros R$ 500 milhões. E a gente sabe também que não vai ficar só nisso, porque os valores das desapropriações estão subestimados. Vai virar uma guerra judicial", afirmou.
No relatório de viabilidade econômica é ressaltado que a Prefeitura deverá se dedicar a estudos para reduzir a contrapartida, como a reforma de prédios já existentes. Segundo o documento, o Nova Luz é considerado um projeto de alto risco por possíveis investidores, principalmente pela insegurança jurídica.
O secretário Miguel Bucalem ressaltou que a proposta apresentada ontem na Câmara não é definitiva e que está aberta a modificações. "Ainda não foi consolidada. O projeto será finalizado em maio." Questionada, a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano disse que os números ainda não são representativos. Os valores definitivos só serão apresentados quando o projeto urbanístico for concluído e as fases de implementação, detalhadas. As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".