Crédito imobiliário não terá falta de recursos, garante economista do Secovi

SÃO PAULO - Números da Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança) revelam que os financiamentos imobiliários com recursos da poupança devem bater novo recorde neste ano, atingindo R$ 50 bilhões. O bom momento, no entanto, também traz preocupações. De acordo com a mesma entidade, com o crescimento acentuado do crédito imobiliário esperado para os próximos anos, os recursos do SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo) e do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) - que hoje financiam esse crédito - não serão suficientes para atender toda a demanda.

Porém, de acordo com o economista da Secovi-SP (Sindicato da Habitação), Celso Petrucci, não há motivos para o consumidor que pretende comprar um imóvel nos próximos anos se preocupar. "O setor já está buscando fontes complementares de recurso para atender toda a demanda. Acreditamos que os certificados de recebíveis imobiliários no mercado secundário, fundos de investimentos imobiliários, fundos de pensão e companhias de seguro podem ser boas opções", afirma.

O economista cita ainda que uma possível mudança nas regras do depósito compulsório (e que já estaria sendo avaliada pelo Banco Central) também garantiria mais recursos ao crédito imobiliário. "Se o BC fizer mudanças no compulsório, diminuindo o percentual que vai para esse depósito, os bancos terão mais dinheiro para destinar ao crédito imobiliário".

Mais juros

Petrucci afirma ainda que, embora não considere provável a falta de recursos - já que acredita que o setor poderá em breve contar com novas fontes de financiamento -, caso haja menos dinheiro do que demanda, o consumidor não terá de pagar taxas mais altas pelo empréstimo. "Se isso acontecer, teríamos apenas menos crédito no mercado, mas não teríamos taxas de juros mais altas ou prazos de pagamento menor. Mas tenho certeza de que isso não acontecerá, pois é uma situação ruim tanto para o governo quanto para os bancos e para o consumidor. Se achássemos que o dinheiro iria acabar, nós estaríamos muito preocupados, pois isso paralisaria todo o setor".

O economista contou ainda que essa situação já era esperada e, por isso, as entidades do setor estão se movimentando desde já, para não enfrentar problemas nos próximos anos. "Para nós, esta não é uma situação apocalíptica, é apenas uma consequência do crescimento grande do financiamento imobiliário".

Sobre as prováveis novas fontes de recurso, Petrucci diz acreditar que todas são viáveis. "Temos a segurança de que os fundos de pensão e as companhias seguradoras podem, sim, ser fonte para financiamentos de longo prazo. Já vemos isso acontecer em outros países e nós já estamos conversando sobre a melhor forma de fazer isso para que, se em 2012, os recursos da poupança e do FGTS realmente não forem suficientes, a gente já ter fechado essas novas parcerias", finaliza.

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