Fim do IPI reduzido para material de construção não deve elevar preço de imóvel

SÃO PAULO – Para quem vai reformar um imóvel, o fim do incentivo fiscal vai pesar no bolso, já que, segundo a Anamaco (Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção), os materiais de construção devem ficar 8% mais caros, devido ao fim da redução de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) em 31 de dezembro deste ano.

Contudo, para quem busca por um imóvel para comprar, a volta da alíquota do imposto não deve impactar nos preços das unidades. “A redução do IPI impactou muito pouco esse mercado”, afirma o presidente do Secovi-SP (Sindicato da Habitação de São Paulo), João Crestana. Para ele, o imposto tem pouca representatividade no custo da obra, e, por consequência, no valor final de um imóvel.

“A redução do imposto aliviou o custo da produção. Mas a distância entre o custo da obra e o preço do imóvel é muito grande”, acredita o diretor de Economia do SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo), Eduardo Zaidan. “Preço do imóvel quem dá é o mercado”, enfatiza.

Leves impactos

Considerando o custo de uma obra, os materiais representam de 40% a 50% dos gastos. Dentro desse universo, o IPI, de acordo com Crestana, representa de 0,1% a 0,3% do custo total. Já considerando o preço do imóvel, o presidente do Secovi explica que os materiais representam de 20% a 25% do valor total.

Mesmo com essa representatividade, a volta da alíquota do IPI para os materiais de construção acaba não refletindo significativamente no valor do imóvel. “Aumentos de imposto sempre causam impactos, mas não vão ser tão grandes”, avalia Crestana.

Para Zaidan, a relação entre o IPI e os preços dos imóveis é muito tênue. “Quando o custo da produção fica alto demais e o mercado não cobre, não se faz a obra”, afirma. Para ele, apenas o consumidor que vai comprar o material deve sentir um impacto; ainda assim, a elevação de preços será de uma vez só.

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