Com casa própria, classe C amplia gastos com decoração e lidera consumo de móveis
SÃO PAULO – A casa própria deixou de ser sonho para os consumidores da classe C. A ampliação do crédito imobiliário elevou as possibilidades desse segmento da população de comprar um imóvel. E, por consequência, aumentou o número de consumidores que vão às lojas escolher móveis.
Para se ter uma ideia dessa expansão, somente neste ano, a classe C comprou 5,7 vezes mais móveis e itens domésticos na comparação com 2002. Ao todo, esse segmento da população desembolsou R$ 17,95 bilhões em 2010 com esses itens, contra os R$ 3,10 bilhões gastos há oito anos, segundo dados do Instituto Data Popular.
O valor é maior que o gasto pelos segmentos mais abastados. Neste ano, as classes A e B gastaram R$ 15,75 bilhões com esses produtos – montante 2,67 vezes maior que os R$ 5,90 bilhões gastos há oito anos.
Fator importante
Para o sócio-diretor do instituto, Renato Meirelles, os gastos dos consumidores da classe C com esses itens já representam a maioria das vendas neste segmento.
“Para esta dona de casa, a decoração é investimento e não supérfluo, isto porque a maioria dos momentos de lazer da família são passados em casa e também porque ter acesso a uma televisão de plasma, por exemplo, é um fator primordial para manter os filhos em casa e evitar sua exposição com fatores externos negativos”, afirmou.
Classe D e E em ascensão
De acordo com o instituto, as classes de baixa renda também gastaram mais com móveis e itens domésticos neste ano, na comparação com 2002.
Ao todo, esses segmentos da população já desembolsaram R$ 8,34 bilhões com esses itens – 4,87 vezes mais que os gastos de 2002, que somaram R$ 1,71 bilhão.
Liderança em eletros
Dados do Instituto Data Popular mostram que a classe C já lidera o consumo de eletroeletrônicos. Somente neste ano, esse segmento gastou R$ 20 bilhões com esses produtos.
“A classe C foi a grande responsável pela rápida recuperação do País, diante da crise econômica mundial”, afirmou Meirelles. “Enquanto economistas recomendavam moderação, a nova classe média preferiu ouvir o presidente e foi às compras”, disse.