Reforma: com apenas R$ 150, consumidores conseguem economizar 50% de água

SÃO PAULO – No Dia Mundial da Água, comemorado nesta terça-feira (22), uma dica muito importante envolve o seu bolso e o bem-estar do planeta e da sociedade. Se cada consumidor gastar R$ 150 para fazer uma reforma em seu imóvel, é possível alcançar uma economia de até 50% no consumo de água.

A conta foi feita considerando uma casa com uma torneira na cozinha e uma no tanque, e dois banheiros com uma torneira e um vaso sanitário cada um. "São produtos simples e cuja troca pode ser feita pelo próprio consumidor", explica Paulo Costa, consultor da H2C, especializada em planejamento e projetos para o uso racional da água.

Troca por produtos mais econômicos
Assim, a reforma inclui a compra de duas bacias sanitárias com caixas acopladas de duplo acionamento – três ou seis litros de água por descarga – e os respectivos assentos. "Desde 2003, por norma da ABNT [Associação Brasileira de Normas Técnicas], os fabricantes passaram a disponibilizar bacias de baixo consumo, mas faltam incentivos para que a população realize a substituição do produto", explica Costa.

Outra sugestão é instalar restritores de vazão nos dois chuveiros e em todas as torneiras (duas nos banheiros, uma na cozinha e outra na lavanderia). "A queda no consumo obviamente será acompanhada de economia", destaca. Confira as contas na tabela abaixo:



Cálculo da reforma
Equipamento
antigo 
Consumo Reforma Consumo Custo
2 bacias com
caixa acoplada
12 litros / acionamento 2 bacias com caixa acoplada
de baixo consumo
6 litros / acionamento 2 x R$ 50
2 torneiras no
banheiro 
12 litros / minuto 2 arejadores de vazão 6 litros / minuto 2 x R$ 5
1 torneira na
pia da cozinha
12 litros / minuto 1 arejador de vazão 6 litros / minuto R$ 5
1 torneira no tanque
da lavanderia
12 litros / minuto 1 arejador de vazão 6 litros / minuto R$ 5
2 duchas 8 a 20 litros / minuto 2 arejadores de vazão 4 a 10 litros / minuto 2 x R$ 5
Complementos  - - - 2 assentos  - - - 2 x R$ 10
Fonte: H2C


De dentro para fora da casa
Se no interior do imóvel uma reforma ajuda muito a economizar água, os consumidores não podem esquecer o outro lado, que é a parte que cabe aos condomínios.

De acordo com o vice-presidente de Administração Imobiliária e Condomínios do Secovi-SP (Sindicato da Habitação), Hubert Gebara, o sistema de medição de água individualizada também deve fazer parte da celebração do Dia Mundial da Água.

"Enquanto na Alemanha, o consumo per capita diário varia de 90 a 110 litros, em São Paulo, oscila de 200 a 210 litros", compara. "A individualização sempre vale a pena, mesmo em prédios antigos, pois gera economia, colabora com a preservação ambiental e se coloca como uma questão de justiça social". Afinal, cada morador é obrigado a pagar aquilo que efetivamente consome.

De acordo com Hubert, alguns condôminos chegam a se assustar, ao receberem a primeira conta individual. Isso se explica porque, embora a água seja consumida de forma excessiva, esse consumo é camuflado quando todos pagam pela média. Mas, com o hidrômetro individual, paga mais quem consome mais.

Água, um bem essencialmente caro para o condomínio
Além disso, dentro do orçamento dos condomínios, os gastos com esse recurso natural representam a segunda maior despesa, perdendo apenas para os custos da mão de obra e dos encargos. "O sistema de medição de água individualizada pode reduzir em até 35% essa conta, baixando também os gastos com energia elétrica", afirma.

Para se ter uma ideia, quando a conta não é individualizada, a água responde por entre 10% e 12% das despesas ordinárias do condomínio. "Implantada a medição, essa fatia pode cair para 8% ou 9%", estima Hubert.

"É primordial termos consciência de que, com atitudes simples como essa, estamos contribuindo para a preservação dos recursos", conclui Paulo.

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