Construção e reforma

Materiais ambientalmente corretos não encarecem imóveis, diz especialista

SÃO PAULO – O uso de materiais ambientalmente corretos na hora de construir ou reformar não representa gastos mais elevados para o consumidor. Ao menos esta é a opinião da gerente técnica da Tesis (Tecnologia e Qualidade de Sistemas em Engenharia) e conselheira do CBCS (Conselho Brasileiro de Construção Sustentável), Vera Fernandes Hachich.

De acordo com ela, atualmente, existem vários materiais em conformidade com os princípios da sustentabilidade que, por já contarem com grande volume, não geram custos mais altos.

Por outro lado, explica ela, as pessoas não sabem como averiguar se os fornecedores estão agindo de acordo com a lei e se respeitam a natureza. Para o consumidor, um grande aliado pode ser a Ferramente 6 Passos.

Ferramenta
Lançada na última quinta-feira (24) pelo CBCS, a Ferramenta 6 Passos indica, como o próprio nome diz, seis passos básicos para a escolha de empresas fornecedoras alinhadas aos princípios da sustentabilidade.

Dessa forma, diz a gerente, o comprador do imóvel, a construtora, a pessoa que está reformando, entre outros, além de saberem que os materiais utilizados na obra foram obtidos de maneira sustentável, ganham também imóveis com mais durabilidade.

"A expectativa a partir da utilização dessa ferramente é que o setor dê um salto de qualidade de maneira que a vida útil dos edifícios brasileiros aumente e que diminua a necessidade de reposição e manutenção frequentes para evitar o uso dos recursos naturais, minimizando os impactos ambientais inerentes à própria atividade de construção", completa o coordenador do Comitê de Materiais e Conselheiro do CBCS, Vanderley John.

Como funciona?
Com a ferramenta, que é obtida de forma gratuita na página do CBCS, o usuário tem acesso a outros sites nos quais é possível saber se a empresa fornecedora do material está em conformidade com as leis. Veja os passos:

1 – Verificação da formalidade da empresa fabricante e fornecedora no CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas) no site da Receita Federal.

2 – Verificação de licença ambiental.

3 – Verificação das questões sociais, como a utilização de mão de obra escrava ou infantil.

4 – Qualidade e normas técnicas do produto. Em outras palavras, se o produto possui a certificação do PBQPH (Programa Brasileiro de Qualidade para o Habitat) ou se segue as recomendações das entidades setoriais.

5 – Consulta ao perfil de responsabilidade socioambiental da empresa.

6 – Identificar a presença de propaganda enganosa.

"Não há sustentabilidade sem que haja o cumprimento da legislação do País. Então, se você quer ter um empreendimento dito sustentável e estiver comprando um produto, por exemplo, uma areia, uma pedra, enfim, insumos que não tenham a sua origem confirmada ou que estejam em não conformidade com as legislações brasileira, você não está fazendo uma construção sustentável. Este é o grande alerta que a ferramenta dos 6 passos vai trazer ao mercado", finaliza Vera.

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