Secovi critica projeto que obriga cor branca nos telhados de imóveis em SP

SÃO PAULO – No sentido de barrar a aprovação de um projeto de lei que obriga a população a pintar de branco os telhados e as coberturas de imóveis na capital paulista, o Secovi-SP (Sindicato da Habitação de São Paulo) elabora algumas razões técnicas que não justificam o projeto.

O texto foi sugerido com o objetivo de reduzir o consumo de energia elétrica em sistemas de condicionamento de ar e ventilação, o que também favorece a diminuição do efeito estufa. A cor branca foi escolhida porque reflete o calor.

Justificativas
Em primeiro lugar, o Secovi destaca que há outras formas de reduzir o consumo de energia, como, por exemplo, o aumento da arborização urbana e de coberturas verdes.

A cor também é considerada um problema, de acordo com o sindicato, pois desconsidera necessidades estéticas e culturais e de funcionalidade, uma vez que sua utilização poderá descaracterizar conjuntos históricos.

Outro ponto levantado tem a ver com a limpeza. A cor em questão apenas manteria seu efeito reflexivo, caso fosse feita uma limpeza constante, com escovação e água. Essa questão é problemática, pois no Brasil os telhados são, em quase sua totalidade, inclinados e frágeis, oferecendo riscos de escorregamento e exigindo estruturas adicionais.

O diretor de sustentabilidade do Secovi-SP, Hamilton Leite, também reforça a questão da durabilidade das tintas para aplicação em telhados. Segundo ele, seriam necessárias coberturas flexíveis e autolimpantes, que são alternativas com custo muito elevado no País.

Mais um fato que colabora para mostrar a inviabilidade do projeto é o fato de que, para receber a tinta, os telhados precisam ser lixados. Isso representa uma quantidade expressiva de amianto (substância relacionada a problemas respiratórios) espalhado no ar, haja vista o tamanho da cidade.

Arborização urbana
Por fim, o vice-presidente de sustentabilidade da Secovi-SP, Ciro Scopel, pontua que o projeto não focaliza o papel da arborização urbana como alternativa para diminuir ilhas de calor. As razões técnicas foram pontuadas para mostrar aos vereadores da capital paulista que a proposta não necessariamente poderá trazer os resultados imaginados.

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