Trocar lâmpada incandescente pela eletrônica gera economia anual de quase R$ 200

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    Troca de lâmpadas da casa de dois quartos pode chegar a R$ 198 por ano, segundo a ProTeste

    Troca de lâmpadas da casa de dois quartos pode chegar a R$ 198 por ano, segundo a ProTeste

SÃO PAULO – Conseguir poupar R$ 13,20 por ano com a troca de uma lâmpada incandescente por outra eletrônica não lhe parece muita coisa? Pois saiba que, somando todas as lâmpadas de uma casa com dois quartos, sala, banheiro, cozinha e dependência de empregada, a economia anual chega a R$ 198.

Os dados fazem parte de uma série de testes que a ProTeste - Associação de Consumidores realizou com sete marcas de lâmpadas eletrônicas e outras quatro incandescentes.

O principal ponto que a entidade verificou é que, para ter sucesso na troca - e o brasileiro terá de trocar, já que, até 2016, as lâmpadas incandescentes deixarão de ser vendidas no País –, não basta adquirir qualquer produto no supermercado. Então, veja os resultados apurados pela pesquisa para o bem-estar do seu bolso.

Incandescentes

Um quarto das amostras da Sylvania apresentou fluxo luminoso menor do que o mínimo exigido pela norma técnica. A GE, por sua vez, apresentou problemas entre a potência declarada e a medida em laboratório: metade de sua amostra tinha potência maior do que a máxima permitida.

As outras duas marcas analisadas foram a Philips e a Osram, sendo que a ProTeste recomenda a compra deste última. "Apesar do alto consumo, pode ser usada para deixar o ambiente mais quente e aconchegante", diz a entidade.

Eletrônicas

A Philips e a Taschibra têm uma depreciação de fluxo luminoso acima do permitido, fazendo com que percam luminosidade muito rapidamente. A Philips, inclusive, produz menos luminosidade do que declara, desrespeitando o limite imposto pela norma técnica.

A GE, por sua vez, não deveria ter o selo Procel, pois a certificação indica que o produto é um dos mais eficientes da categoria, só que, segundo a avaliação da ProTeste, ele tem uma depreciação maior do que o limite estabelecido para a obtenção do selo.

Outra que não se saiu bem nos testes foi a Golden, que apresentou uma depreciação de luminosidade próxima do limite máximo, além de possuir eficiência e fluxo luminoso baixos.

As marcas recomendadas pela ProTeste são a FLC, que produz o fluxo luminoso mais intenso e consegue mantê-lo, e a Osram, a que menos perde luminosidade e é um pouco mais econômica.

Ponto positivo: segurança!

Ainda de acordo com a entidade, os testes não encontraram problemas de segurança. Todas as marcas avaliadas não oferecem risco de choque elétrico nem têm problemas de isolamento, intercambialidade, resistência à torção ou ao toque.

Dicas para aquisição das eletrônicas

  • Jogo de cores: as lâmpadas eletrônicas testadas pela entidade produzem apenas luz branca. Porém, se o consumidor preferir o efeito amarelado das incandescentes, há eletrônicas com esse tipo de iluminação. "Fique atento à embalagem para saber qual tipo está comprando", alerta a ProTeste.
  • Potência: quando o consumidor lê na embalagem de uma lâmpada eletrônica que ela tem potência de 25 W, isso equivale a 100 W de uma lâmpada incandescente, em termos de luminosidade.
  • Fluxo luminoso: no momento em que o consumidor for adquirir uma lâmpada eletrônica, além da potência, ele deve observar o valor do fluxo luminoso: quanto maior, mais luz ela oferece.
  • Eficiência: é obtida ao se dividir o quanto a lâmpada consome de energia pela quantidade de luz produzida. Para a norma brasileira, lâmpada eletrônica eficiente obtém 50% como resultado.

A resposta das fabricantes

Todas as companhias que sofreram críticas da ProTeste alegaram que seus produtos foram testados pelos órgão competentes e que estão, sim, dentro dos limites estabelecidos. Testes esses, inclusive, que são repetidos todos os anos para garantir a qualidade dos produtos no mercado brasileiro.

A Taschibra e a Sylvania ainda disseram que não reconhecem os métodos usados pela ProTeste, pois o tamanho da amostragem da avaliação estariam abaixo dos 32 mínimos exigidos pelo Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial). A GE, por sua vez, desconhece as condições e os laboratórios em que os testes foram realizados, mas, por considerar a ProTeste uma instituição respeitada, fará uma verificação interna com a sua equipe de qualidade.

Já a Golden salientou a importância da ProTeste como disseminadora de informações para o consumidor. "Contudo, acreditamos que a matéria acaba por confundir o leitor ao tecer um juízo de valor acerca de produtos que seguem as normas ditadas pelo órgão regulador brasileiro", disse o diretor de marketing da Lâmpadas Golden, Flavio Takeda. "Desaconselhar um produto que segue as normas é o mesmo que desprezar o órgão regulador e a metodologia adotada por ele".

Norma brasileira

A Golden ainda esclareceu que a norma em vigor que regulamenta as lâmpadas fluorescentes compactas (que a ProTeste denomina eletrônicas) é válida até julho de 2012. A partir dessa data, serão elevados os valores do fluxo e da eficiência exigidos pela regulamentação.

"É uma tendência de mercado mundial e as empresas que comercializam estes produtos no Brasil terão um tempo para se adaptar", destacou Takeda.

Como foram feitos os testes

A ProTeste analisou lâmpadas incandescentes de 60W e eletrônicas 3U, entre 14W e 15W, realizando ciclos de 2h45 com as lâmpadas ligadas e 15 minutos com elas desligadas.

Nesses períodos, foram testadas a quantidade de luz produzida pela lâmpada (fluxo de luz), o quanto de luz a lâmpada produz por Watt de consumo (eficiência) e o quanto de luminosidade a lâmpada perdeu após 2 mil horas de uso (depreciação).

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