Construtoras já discutem segunda etapa do Minha Casa, Minha Vida

Eduardo Laguna

São Paulo

Menos de um ano após o início do programa habitacional, as empresas de construção civil já começaram as articulações para o lançamento do "Minha Casa, Minha Vida 2".

Na Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), o setor reunirá ainda neste mês as propostas de aperfeiçoamento ao programa, que serão, em seguida, apresentadas ao governo, disse hoje o presidente do Sindicato da Habitação (Secovi-SP), João Crestana.

O plano é pegar carona na segunda etapa do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), cujo lançamento é previsto para o final de março.

"Para que em 2011 estejamos trabalhando firme (em um novo programa), é preciso haver uma discussão desde já", afirmou Crestana durante encontro com jornalistas.

Segundo ele, a solução de um déficit habitacional de aproximadamente 7 milhões de moradias precisa ser tratada como uma política de Estado que seja perene, e não apenas de um governo. Crestana avalia que o país ainda precisará de 15 anos a 20 anos para sanar o déficit habitacional.

O plano original do "Minha Casa, Minha Vida" previa 1 milhão de residências em um prazo "informal" de dois anos, afirmou o presidente da entidade. Para ele, até o primeiro trimestre de 2011, o governo já terá cumprido a meta, pelo menos no que se refere a contratações, uma vez que o término de parte das casas previstas pode se dar apenas em 2012.

Crestana assinalou ainda que alguns desafios precisam ser superados no âmbito do programa, como uma participação mais significativa de bancos privados, além da Caixa Econômica Federal (CEF), e maior celeridade na aprovação dos contratos.

Fora isso, ele apontou que o setor precisará criar 200 mil vagas de trabalho neste ano para fazer frente ao maior ritmo de construção de imóveis. Nesse ponto, o representante das construtoras disse que a maior parte dessas contratações necessitará de investimentos em programas de treinamento e atingirá uma parcela da população de baixa renda que recebe recursos do Bolsa Família.

Com isso, Crestana considera que o grande desafio será encontrar formas de estimular esses beneficiários a buscar emprego, mesmo com a possibilidade de perder o benefício por conta do aumento da renda.

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