Construção civil defende revisão na metodologia do PIB

AZELMA RODRIGUES

BRASÍLIA - O setor da construção civil deve crescer cerca de 9% em 2010, ante 8,1% em 2008 e depois de uma variação negativa esperada para 2009. O presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), Paulo Safady Simão, defende uma revisão na metodologia do PIB, "para captação da expansão correta do setor ".

Simão disse que no próximo dia 11, ao divulgar o Produto Interno Bruto (PIB) de 2009, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) deve anunciar crescimento negativo entre 3% e 4% para a construção civil.

"Nas nossas contas, seria positivo em, no mínimo, 2%" , comentou ele. "Não é que o cálculo esteja errado, mas há aí uma distorção " , continuou ele, informando que essa semana conversou com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, sugerindo uma revisão de metodologia do IBGE para captar a contribuição do setor à economia do país.

Simão disse que, na metodologia atual, o IBGE foca apenas a produção de materiais, e não o valor que se agrega à construção de imóveis, como a mão de obra, por exemplo.

No caso dos números de 2009, a crise internacional obrigou muitas empresas a esgotar os insumos que tinham em estoque. E a falta de aumento nessa variável levaria o IBGE a divulgar um número negativo, segundo a Cbic. Simão disse que o ministro Mantega autorizou negociações do setor com o IBGE.

O presidente da Cbic falou ainda sobre o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) 2 que o governo Lula deve lançar até o fim do mês. Um dos destaques do PAC 2 é a expansão do programa habitacional de baixa renda, "Minha Casa, Minha vida" .

Para Simão, o governo está usando esse programa como bandeira eleitoral: " Seria ingênuo não pensar que é. Mas qualquer governo usaria " , afirmou ele.

O presidente da Cbic disse também que o governo deve usar o PAC 2 para corrigir erros do PAC original, e avançar nas obras de infraestrutura de projetos importantes, como a Copa do Mundo de Futebol 2014 e as Olimpíadas.

E chamou a atenção para a necessidade de estruturação conjunta do setor público com o setor privado, das estatais responsáveis por obras de saneamento básico. "O país está matando criancinhas todo dia por falta de saneamento básico" , criticou Simão.

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