Desvende os corredores de uma casa de swing

RENATA RODE
Colaboração para o UOL

Quem nunca teve curiosidade de conhecer? Por mais careta que seja o homem e pudica a mulher, o mistério ronda as fantasias sexuais de ambos. Para muitos praticantes do swing - ou troca de casais - essa é uma forma de evitar a traição e apimentar o relacionamento. “Começamos a freqüentar as casas com o objetivo de transformar a rotina do nosso dia a dia e para evitar que qualquer um de nós seja tentado pelo bichinho da infidelidade”, revela K. N., 29, autônoma, de São Paulo.

 

Para Erminda Pongiluppi Aluani, psicóloga do Instituto Rocha Brasil, esse acordo entre os dois é plenamente viável. “Desde que seja agradável para ambos, mas quem faz esse tipo de escolha deve ter claro o respeito pelo parceiro. No mínimo, usar preservativo e ter conversas em que se estabeleçam regras de condutas para evitar problemas”, diz. A terapeuta ressalta que o swing é uma ilusão vivida pelo casal para um momento inicial, que pode prejudicar a confiança do relacionamento. F. S., 33, secretária que vive em Belo Horizonte, discorda: “Aqui e na minha frente, ele faz tudo o que gostaria de fazer com outra mulher e eu, com outro homem. Desde que consentida, a satisfação sexual dos dois é sanada, sem quebrar a cumplicidade, porque fazemos juntos”, declara.

 

E o ciúme, onde fica? Na porta e do lado de fora. Quem pratica swing não pode se dar ao luxo de sentir-se enciumado ou enciumada diante de uma situação. É claro que esses ambientes de festas regadas a voyerismo e bebida é convidativa, e as pessoas acabam mesmo se entregando à vibração local, mas, às vezes, um sentimento de posse pode surgir no meio do nada e acabar com tudo. “Já vi casal saindo daqui brigado, namorada forjando desmaio no meio da situação para brecar o que estava acontecendo e mulher que foi embora sozinha e o acompanhante ficou”, diz o garçom de uma casa famosa, que prefere não se identificar.

 

Mesmo para pessoas solteiras, esse é um tipo de diversão que depende de uma autoconfiança extrema, para que não haja o rebote moral no dia seguinte. “Trata-se de uma procura externa para resolver o interno, que muitas vezes se traduz em um grande vazio a ser preenchido. Isso pode até levar à compulsão que caminha para dependência”, alerta a psicóloga. Já para os casais, o risco está em sempre buscar atividades ou métodos adicionais para reacender a chama do relacionamento. Muitas vezes, essa união já está fadada ao fracasso, e os envolvidos nada percebem.


 

UOL Cursos Online

Todos os cursos