Papai Noel existe? O que responder quando a pergunta vem do filho

ROSANA FERREIRA
Da Redação

O bom senso dita que dizer a verdade é sempre o melhor caminho. Mas, quando o assunto reflete diretamente na fantasia dos filhos, tudo muda de figura. A dúvida chega ao mesmo tempo que as perguntas embaraçosas que a crianças fazem aos adultos. E, na época de Natal, nada mais natural do que ouvir “Papai Noel existe?”.

 

“Quando a criança faz essa pergunta é porque ela já tem, no mínimo, alguma dúvida”, diz a psicopedagoga Maria Irene Maluf, de São Paulo. Nesse caso, ela afirma que o melhor a fazer é devolver a pergunta. “Assim é possível ter uma ideia do que realmente ela já sabe e o que pode receber como resposta”, explica.

 

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    Devolver a pergunta é uma forma de ter uma ideia do que a criança já sabe sobre Papai Noel

Perguntar “o que você acha, meu filho (a)”, portanto, abre as portas para um diálogo. Segundo Maria Irene, as respostas que seguem devem ser adequadas ao entendimento da faixa etária e variar de “se você acha que existe, então existe” a uma explicação mais próxima da realidade, como “sim, existe, como os super-heróis”.

 

Para a pedagoga Maria Angela Barbato Carneiro, professora da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo), se a criança perguntar é melhor fazer a transição. Ela sugere dizer que “o papai e a mamãe são os representantes do Papai Noel e são eles que trazem os brinquedos”. Além disso, é importante contar a lenda do Papai Noel, fazendo a passagem da fantasia para a realidade.

 

Idade certa

De acordo com Maria Angela, não existe uma idade certa para contar a verdade ao filho. “Mas por volta dos 5 ou 6 anos, a criança acaba levantando a suspeita, já que estão expostas ao meios de comunicação e conversam com os amigos.

 

Ao descobrir, o filho pode ficar decepcionado, mas, segundo a professora da PUC, a situação não deixa grandes frustrações. E não se preocupe se a criança pensar que você mentiu. “Com calma e firmeza, diga que faz parte da infância, que todas as crianças acreditam em Papai Noel, que o papai e a mamãe também acreditavam”, ensina.

 

O bom e o ruim

Criança acreditar em Papai Noel faz bem. “Alimenta a fantasia, a imaginação e a esperança, além de aproximar pais e filhos”, diz Maria Angela. Portanto, tirar da criança muito cedo esse encanto que gira em torno do Natal é ruim, pois ela logo é inserida no contexto da realidade.

 

As especialistas ressaltam, no entanto, que reforçar a crença do filho sem um contexto favorável não traz vantagem. “Pelo contrário, pois a criança pode acabar sendo motivo de risada na escola e se sentir traída pelos pais”, diz.

 

 

 

 

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