Baixa autoestima propicia "vampirização"
Colaboração para o UOL
Há quem seja “vampirizado” e nem se dá conta. Muita gente, infelizmente, se dispõe a viver relacionamentos (amizade, família, trabalho) em que não há troca de afeto, ou seja, só a outra pessoa é que exige tudo, mas não dá nada em troca. Isso acontece porque o sentimento de insegurança, baixa autoestima, não merecimento, confusão afetiva e culpa faz a pessoa não acreditar que ela pode viver a plenitude, que pode realizar os seus sonhos. “Ela aceita menos, vai se habituando a viver o desamor, a se jogar para baixo, a não se valorizar. Aceita relacionamentos desequilibrados e doloridos por acreditar que o problema é ela, que a chantagem emocional e afetiva que recebe é merecida. A dificuldade é assumir o próprio valor, a própria luz e beleza e mostrá-las ao mundo”, comenta o consultor Eduardo Shinyashiki, diretor da Sociedade Cre Ser Treinamentos e autor de “Viva Como Você Quer Viver” (Editora Gente).
Minimizar o impacto que as pessoas causam em nossa vida também costuma funcionar para se livrar dos vampiros. No caso de amizades, vale a pena considerar se ela deve ser mantida, caso só traga prejuízos pessoais e emocionais. “Devemos sempre manter pensamentos positivos, ter cuidado com nossos padrões cognitivos, ou seja, nosso modo típico de pensar. O que sentimos é fruto do que pensamos, por isso temos de pensar de modo sadio, positivo, a fim de que possamos ter sentimentos também positivos. Pensamentos positivos geram energia e vigor; pensamentos negativos, de mágoa, raiva e desgosto, que fazem com que utilizemos nossa energia vital, física e emocional. O resultado, a longo prazo, pode ser uma depressão”, destaca a psicóloga Marilda Lipp, presidente do Centro Psicológico do Controle do Estresse, em Campinas (SP). Ao lidar com pessoas cruéis, más e invejosas, devemos ter uma muita tranqüilidade e confiança em nossa própria pessoa. “Não podemos nos aborrecer ou sofrer com os fuxicos e as maldades dos outros. Ignorá-los é o aconselhável”, complementa a especialista.
Para a consultora em desenvolvimento pessoal e profissional Izabel Failde, de São Paulo, dificilmente alguém se reconhece como vampiro emocional. “Quando isso acontece, digo que já é 50% da cura. Nesse caso, perguntas importantes devem ser feitas. Por que me sinto tão bem ao lado de fulano? Será que absorvo a energia positiva dele? E quanto à minha, como está? Por que preciso da energia do outro, de sua intensidade, de seu bem-estar, de sua capacidade de levantar e seguir em frente? Se me sinto incapaz, qual o motivo?”, diz.
E para quem, ao ler essa matéria, se reconhece como um vampiro emocional, a dica de Renata Camacho é investir no autoconhecimento. “É uma ótima forma para melhorar esta atitude de sugar e parasitar a vida alheia. Conhecendo-se melhor e tirando um pouco o foco do outro, a pessoa leva o foco para si mesma e só então apresenta crescimento e amadurecimento emocionais”, afirma. (Fernanda Junqueira)