Homens pensam com a "cabeça de baixo", afirmam especialistas
RENATA RODE
Colaboração para UOL
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Pesquisa revela que eles "pensam naquilo" 13 vezes por dia enquanto elas, apenas cinco
É fato. Homens pensam com a “cabeça de baixo”, na maioria das vezes. Por quê? Simplesmente porque eles pensam muito mais em sexo que as mulheres. Uma pesquisa realizada por um site estrangeiro (OnePoll.com) revelou que eles "pensam naquilo" 13 vezes por dia. Elas? Lembram o tema apenas cinco vezes por dia. “Isso é plenamente normal porque o homem é programado desde cedo a procriar, parece que ele tem a missão de espalhar seus genes e, consequentemente, acaba pensando nisso com o instinto de um caçador mesmo”, explica Ismael de Araujo, jornalista e autor do “Manual do Xavequeiro”, da Editora Matrix. E os estudos não param por aí. O site “Live Science” publicou uma pesquisa de doutorado da psicóloga britânica Jennie Parker que afirma que, enquanto mulheres têm sonhos tensos, eles sonham com sexo na maior parte das vezes.
A verdade é que para o homem é difícil resistir a uma mulher de minissaia, pois, nesse momento, o neurônio masculino se descobre sozinho no cérebro, já que todos os outros fogem para a festa lá em baixo
Felipe Pena, psicólogo e jornalista
Já para Felipe Pena, professor da UFF (Universidade Federal Fluminense), psicólogo, jornalista e autor do romance “O Marido Perfeito Mora ao Lado”, da Editora Record, o cenário não é tão radical assim. “Não podemos afirmar que os homens só pensam nisso, porém eles têm uma característica que os deixa mais propensos ao tema: são mais visuais que mulheres. Elas, por sua vez, são sinestésicas, pensam com todos os sentidos e se envolvem pelo conjunto, não apenas pelo que veem”, explica o especialista.
A afirmação de que o homem pensa muito em sexo durante sua rotina nos leva a outra discussão: essa tendência de pensamento ajuda o homem a ser infiel? Segundo Ismael, sim. “O ato de pensar demais no sexo oposto e desejá-lo pode, sim, estimular o homem à traição, mas isso vai de cada um. É claro que comparando eles a elas, com todas as alterações hormonais e dados científicos que mostram que os homens são menos monogâmicos que as mulheres, a resposta final é positiva: influencia no relacionamento e em sua fidelidade”, fala.
Pena defende outro ponto de vista: “O homem inteligente é fiel, valoriza o que tem. E a mulher também. Por que a grama do vizinho é sempre mais verde? Por que descobrimos um amor na iminência de perdê-lo? Há um vício antigo de só valorizar aquilo que perdemos, porque, depois de perdido, ele se torna perfeito. Mas os homens e mulheres inteligentes percebem esse erro e passam a valorizar o que está dentro de casa, sem precisar recorrer a casos extraconjugais. Eu acredito no casamento. Dividir angústias e compartilhar risadas ainda é a melhor receita para manter um casal”.
Diferenças e concordâncias
Antes de sair por aí dizendo que descobriu o mistério do universo masculino, você precisa entender porque eles agem dessa maneira. Os cérebros de homens e mulheres são diferentes. Existe uma região no lado esquerdo do cérebro, chamada área de Wernicke, que é duas vezes maior nelas. Ela é responsável pela linguagem, ou seja, as mulheres têm uma capacidade muito maior de transformar sentimentos em linguagem. “É por isso que gostam de discutir a relação enquanto os homens fogem como cordeiros apavorados. Já os homens têm a área responsável pela localização espacial muito maior do que elas. Isso se reflete no sexo. Na maioria das vezes, as mulheres associam sexo com sentimento, enquanto os homens, atraídos pela visão, tendem a não dar tanto valor a isso. Mas quero deixar claro que há muitas exceções. É preciso analisar caso a caso, além de aspectos culturais e a sociedade em que vivem”, explica o psicólogo.
O homem tem de conviver com os hormônios, a pressão social e o impulso para fingir que não pensa com a cabeça de baixo. É uma luta constante da razão contra o tesão
Ismael de Araujo, jornalista
Um estudo realizado pela Universidade de Chicago (EUA), com a coordenação de Stacy Tessler Lindau, obstetra e ginecologista, revela que homens saudáveis (não importando a idade) vão ter mais e melhor sexo do que mulheres saudáveis. A pesquisa ainda aponta que o desejo por essa vida sexual ativa de saldo positivo é viciante para o lado masculino. Se você disser a um homem que ele precisa emagrecer para ficar saudável e livre de diabetes, ele não vai se esforçar, mas experimente acrescentar cinco anos de vida sexual ativa aos benefícios. Bingo! O tratamento será seguido.
Porém, quanto vale o sexo no relacionamento? Segundo os especialistas entrevistados não temos como precisar em percentuais qual a importância disso. Esse resultado é muito variável de casal para casal, de sociedade para sociedade. Mas eles concordam com outra afirmação: com certeza, o sexo é mais importante para os homens do que para as mulheres, em geral. Isso não significa que a mulher não se importe ou não goste de fazer sexo, mas indica a quantidade inferior de vezes e freqüência das investidas em comparação com os homens.