Como iluminar a casa de uma maneira adequada?

Fernando Forte e Rodrigo Marcondes Ferraz

Fernando Forte e Rodrigo Marcondes Ferraz

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    Projeto de iluminação composto por várias lâmpadas incandescentes pendentes do forro, aplicado em um hall

    Projeto de iluminação composto por várias lâmpadas incandescentes pendentes do forro, aplicado em um hall

A importância da luz no dia-a-dia é maior do que se imagina. Já foi comprovada a influência que ela exerce nos sentimentos e no humor das pessoas e, por isso, cada ambiente deve ser tratado, individualmente, conforme o uso. A boa iluminação de um ambiente deve ser pensada, primeiramente, para proporcionar uma boa visibilidade, tanto na sua totalidade, quanto nos setores independentes. Por isso, é importante a adaptação correta da luz com o espaço, considerando as cores, texturas, superfícies e mobiliários inseridos no ambiente.

O trabalho do luminotécnico, o profissional especializado em projetos de iluminação, é cada vez mais comum e importante nas novas construções ou nas reformas. Com o projeto luminotécnico, o trabalho do arquiteto fica mais completo, visto que o cuidado com a iluminação ainda na fase de projeto proporciona maior eficiência e economia de luz, além da valorização dos espaços.

Um projeto de iluminação bem feito pode criar efeitos e cenas diferentes dentro de um mesmo ambiente, tornando-o mais aconchegante, por exemplo, ou ainda valorizando a amplitude do espaço, o confinamento, os altos ou baixos pés-direitos. A iluminação pode valorizar formas, texturas e os materiais construtivos.

Um bom projeto deve sempre levar em consideração o uso do espaço em questão. Em um restaurante fast food, onde não é interessante que o cliente permaneça além do necessário para fazer sua refeição, não é interessante que o ambiente seja acolhedor. Já para o home theater de uma casa, um espaço de relaxamento, a necessidade é totalmente diferente.

TEMPERATURA DE COR

Imagine uma barra de metal aquecendo ao fogo. À medida que ela esquenta, ela muda de cor, tornando-se vermelha a princípio, até chegar ao branco ofuscante.

É assim que funciona a escala da temperatura de cor, uma forma de medir a luz, em kelvins (K). Assim como a barra de ferro no fogo, quanto mais vermelha a luz, menor sua leitura em kelvins; quanto mais azul, mais alta é a leitura.

Portanto, a luz de uma lâmpada incandescente comum, de cor amarelada, tem temperatura de cor de, em média 2.700 K; a luz do dia, com mais radiação do espectro azul, pode ter de 5.000 K a 20.000 K.

Vale lembrar que a luz é uma radiação eletromagnética composta de três cores primárias (vermelho, verde e azul) que, juntas, resultam no branco que olho humano enxerga.

A escolha das lâmpadas e luminárias para cada ambiente é fundamental para uma correta iluminação. Para isso podemos dividir as lâmpadas em dois grandes grupos: lâmpadas frias e quentes (esta é uma de diversas maneiras de dividir a grande família de lâmpadas existentes atualmente).

As lâmpadas com temperatura de cor mais alta são comumente conhecidas como fluorescentes ou fluorescentes compactas, embora já sejam produzidas também com temperatura de cor mais quente. A principal característica desse tipo de lâmpada é a economia de energia em comparação das lâmpadas incandescentes tradicionais, além da durabilidade.

O principal ponto fraco é o baixo índice de reprodução de cor, ou seja, a capacidade da lâmpada de reproduzir as cores com fidelidade. É comum entrarmos em ambientes iluminados somente com estas lâmpadas e nos sentirmos dentro de um açougue, onde tudo assume um aspecto meio esverdeado.

As lâmpadas de temperatura de cor mais baixa são as incandescentes, e existem de vários tipos. Além do modelo mais comum, visto como um grande vilã do consumo, temos o grupo das halógenas, como as PAR, as dicróicas, as AR ou as Halopin. Estas são as lâmpadas mais adequadas para a criação de efeitos e para a valorização de objetos, quadros, texturas e etc.

Com estas lâmpadas podemos ainda trabalhar com a dimerização, ou seja, a possibilidade de diminuir ou aumentar a intensidade luminosa das lâmpadas utilizando os dimmers instalados em interruptores. Com isso conseguimos diminuir o consumo e mudar a quantidade de luz em ambientes como quartos ou home theaters sempre que desejado.
Normalmente estas lâmpadas têm uma luz mais amarelada e mais agradável – mais próxima da luz do sol. Como pontos fracos, podemos citar o alto consumo e a alta temperatura de funcionamento, o que muitas vezes torna os ambientes excessivamente quentes.

Além desses dois grandes grupos, podemos citar as lâmpadas de vapor metálico ou de sódio, que são muito utilizadas em áreas externas, pois dão um brilho especial e possuem uma potência maior de alcance, podendo iluminar árvores e fachadas com grandes dimensões. Estas lâmpadas são ainda utilizadas para iluminar quadras esportivas, campos, ruas e calçadas.
Em áreas externas uma boa iluminação é fundamental. Com ela é possível explorar luz e sombra, usando cores diversas, despertando emoções e valorizando o espaço, os volumes e o paisagismo.

Por fim, os LEDs surgem como a sensação do momento. Graças à variedade de cores, às dimensões compactas, à flexibilidade dos módulos, ao baixíssimo consumo, à grande durabilidade e à baixa manutenção, os LEDs se tornarão cada vez mais comuns nos próximos anos. Com eles podemos iluminar pontes, monumentos, jardins, pistas de dança e ambientes de uma casa com grande liberdade e com um consumo de energia muito baixo. Cara no passado, a cada dia esta opção se torna mais competitiva.

Logo, para cada situação há a melhor opção de lâmpada ou de luminária. Além do consumo, devemos prestar atenção para qual o efeito desejado e o ambiente que está sendo utilizado. Do contrário podemos ter locais desagradáveis, mal iluminados e ainda gastar muita energia.

Nos próximos artigos iremos tratar de cada tipo específico de lâmpada, consumo e principais características para a sua correta utilização em cada projeto. (Colaborou Carolina Hernandorena, arquiteta e urbanista)

Fernando Forte e Rodrigo Marcondes Ferraz

Fernando Forte e Rodrigo Marcondes Ferraz são arquitetos formados pela FAU-USP e sócios do escritório Forte Gimenes Marcondes Ferraz (www.fgmf.com.br)

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