Construção e reforma

Como resolver o teto da casa? Quais são os materiais indicados para usar no forro?

Fernando Forte e Rodrigo Marcondes Ferraz

Fernando Forte e Rodrigo Marcondes Ferraz

 

Os forros não são necessários em todas as obras. Mas cada vez mais têm sido utilizados, pois facilitam bastante as instalações elétricas e luminotécnicas, além de muitas vezes auxiliarem bastante nas questões térmicas e acústicas.

O forro pode ser instalado sob virtualmente qualquer cobertura, das formas mais diferentes possíveis. Algumas vezes ele pode receber um papel de protagonista, como quando ele é recortado por sancas de luz ou é inclinado ou curvo.

Existem muitos tipos de forros e é uma questão importante saber quais as possibilidades existentes para poder escolher o que mais se adapta a sua obra. Para auxiliá-lo em sua escolha, passaremos brevemente por alguns dos tipos mais comuns. O álbum de fotos em anexo ilustra muito bem esses diferentes materiais e aplicações, então vale à pena conferi-lo!

Forros de Gesso

Os forros de gesso estão entre os mais comuns de se encontrar em obras pelo Brasil atualmente. Ele é bastante prático e rápido de fazer, e existem muitas empresas e autônomos especializados no assunto.

O sistema consiste de uma superfície de gesso presa por arames à cobertura ou a uma estrutura intermediária de forma que, por baixo, o usuário veja apenas um plano liso. O forro de gesso está basicamente dividido em duas grandes opções: o forro em placas e o forro de drywall.

O forro em plaquinhas, mais antigo, costuma ser ligeiramente mais barato, mas é aquele tipo de forro de gesso conhecido pela grande quantidade de sujeira que gera durante sua execução. O forro em plaquinhas também é mais pesado do que o forro de drywall, além de possuir mais arames de sustentação, por conta da pequena dimensão das placas que o compõem. O perfeito alinhamento entre as placas também demanda um ótimo instalador.

O forro de drywall é executado com grandes placas de gesso que vêm envolvidas em um papel similar ao kraft. Esse tipo de forro, que ganha cada vez mais mercado, tem uma tecnologia maior do que o tradicional forro de plaquinhas. Seu sistema de aplicação é bem mais limpo também. Há uma facilidade maior para executar forros curvos e detalhes dessa natureza no teto. O sistema é o mesmo utilizado para fazer paredes.

Uma vez instalado, o forro de gesso pode ser facilmente furado para instalação de luminárias, pode receber qualquer tipo de pintura e detalhes quaisquer.

Forros de madeira

Existem os clássicos forros de madeira prontos, que muitos conhecem por lambri (na realidade lambri é um tipo de revestimento para as paredes) e que são de instalação simples: as ripas vêm com um encaixe do tipo macho e fêmea e devem ser pregados ou parafusados a distâncias regulares, numa estrutura de madeira auxiliar, ou diretamente na laje. Existem vários tipos de madeira e acabamentos para esse tipo de forro, e ainda é possível realizar variações com vernizes e tintas.

No entanto os forros de madeira incluem também os forros de madeira projetados, ou seja forros de madeira diferentes, em ripas, curvos, em placas, em OSB, ou qualquer possibilidade que o projetista desejar. Nesses casos de forros sob medida, é interessante conversar longamente sobre os detalhes de acabamento e fixação com o marceneiro que for executar. Existem interessantes variações de forros de madeira no álbum de fotos.

Forros metálicos

Os forros metálicos são mais raros de se encontrar no Brasil, mas não totalmente incomuns. Existem tipologias bastante diferentes, mas a titulo de explicação, os dividiremos em dois grandes grupos: Os forros metálicos lisos e os forros metálicos compostos.

Os forros metálicos lisos são em geral constituídos por finas chapas metálicas, usualmente perfuradas. Essas perfurações podem ter muitas variações, compondo o desenho do forro, assim como o acabamento da chapa metálica. As chapas também podem ser estampadas com alto ou baixo relevo, como se encontrava em uma espécie de forro metálico muito comum dos anos de 1960 em bares e padarias.

Já os forros compostos, em geral produzidos por grandes fabricantes, são como que elementos vazados colocados na horizontal. Existem muitos tipos, mas provavelmente o mais comum é o do tipo colméia: um quadriculado com cerca de 10 centímetros de altura. Este forro foi bastante popular nos anos de 1980 e era encontrado na maioria dos grandes shoppings dessa época.

Forros modulares

Os forros modulares são muito comuns em escritórios e ambientes corporativos. Eles são fabricados há bastante tempo, em especial por grandes empresas, e sua tecnologia não para de se desenvolver.

São chamados de forros modulares ou removíveis porque são formados por um conjunto de uma estrutura metálica (que, em geral, fica semi-aparente), e dos fechamentos, que são placas de tamanhos variáveis apenas apoiadas sobre essas estruturas metálicas. Assim, caso seja necessário ter acesso a rede elétrica, sprinklers, detectores de fumaça, alarmes ou outras instalações, isso ocorre de forma muito rápida e prática. A troca de elementos também é bastante simples.

Os elementos de fechamento dos módulos podem ser de diversos tipos. Um dos mais encontrados atualmente são os forros minerais, que levam esse nome por serem feitos com fibras minerais. Existem muitas variações desse tipo de fechamento: com ou sem perfurações, com cores, e muitos outros tipos de acabamento. Seu desempenho acústico e térmico é muito bom, e talvez seja o tipo de forro, dentre os apresentados aqui, com o maior apelo de sustentabilidade.

Forros de PVC

Os forros de PVC chegaram ao mercado a partir da década de 1990 e são bastante comuns atualmente. Trata-se basicamente de lâminas de PVC com uma pequena estrutura interna e que se encaixam entre si. Essas lâminas possuem diferentes larguras, conforme os padrões de cada fabricante e são afixadas conforme cada sistema. Quase todos os forros de postos de gasolina contemporâneos, por exemplo, são de PVC.

O PVC é leve e tem preço muito competitivo. Não é indicado para pintura, mas é passível de limpeza, o que é muito interessante dependendo da aplicação. Um lado negativo é a questão dos acabamentos, que apresentam uma linha mais ou menos restrita.

Dentre os tipos de forro apresentados, existem muitas variações, inúmeros acabamentos e possibilidades. Além dos apresentados, muitos outros elementos podem ser utilizados como forros, como por exemplo, tecidos, bambu e palha, entre outros.

Pesquise antes de executar o seu forro, verifique como ele irá se ancorar na cobertura, quais as possibilidades de harmonia com os outros elementos de sua construção. Se possível, sempre procure um especialista para lhe orientar sobre qual a opção ideal.

Fernando Forte e Rodrigo Marcondes Ferraz

Fernando Forte e Rodrigo Marcondes Ferraz são arquitetos formados pela FAU-USP e sócios do escritório Forte Gimenes Marcondes Ferraz (www.fgmf.com.br)

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