Existem centenas, milhares de modelos de camas. Como faço para escolher apenas uma?
Uma vez ouvi de um antigo chefe que a cama é o móvel mais importante da casa. Depois de alguma reflexão, percebi que era pura verdade! Quanto tempo você passa dormindo em sua cama? E quanto tempo passa sentado no sofá assistindo TV? E dentro do carro? Apenas algumas considerações parar para fazer contas simples e ver que gastar dinheiro com um bom sono não é má ideia.
Uma noite bem dormida está diretamente ligada à qualidade da cama e do colchão. Ou seja, não se trata apenas de uma questão de estética. É de saúde que estamos falando. Veja abaixo algumas dicas para escolher a cama e o colchão certos para dormir no paraíso, sem abrir mão da beleza no quarto.
Sou chato quando o assunto é cama. Gosto de poucos modelos. A maioria das peças oferecidas pelo mercado tem desenho sofrível. E fica difícil deixar o quarto bacana com uma cama esteticamente comprometida. De maneira geral, uma cama do tipo "box" com uma roupa de cama branca e simples é a melhor saída. E para dar um charminho no quarto, basta pintar a parede do fundo de uma cor escura, como verde oliva, azul marinho, cinza chumbo ou preto.
Cabeceiras são uma boa solução para qualquer tipo de quarto. Com tecido neutro e de toque gostoso, elas deixam o ambiente mais acolhedor e dão acabamento para camas simples, como as do tipo "box". Existem muitas lojas que vendem cabeceiras prontas. Mas os preços nem sempre são convidativos. O melhor é contratar um tapeceiro e comprar o tecido do seu gosto. De preferência, faça a cabeceira da largura da parede inteira. Quanto à altura do painel, vai depender da altura da cama. Mas o ideal é não passar de 1,00 m (camas baixas) e 1,40 m (camas altas). Com relação ao tipo de costura e acabamento, quanto mais simples, melhor. Capitonê nem sempre funciona...
Evite camas com cabeceiras muito trabalhadas. Geralmente, esses modelos são datados e envelhecem rapidamente. E cama é para durar um tempão! Painéis de madeira artificial são de gosto duvidoso. Não recomendo. Madeira, sempre natural! Cabeceiras de madeira ripada são simpáticas, dependendo do design. Além de esquentar o quarto, são agradáveis para leitura.
Durante um tempo tive uma cama reclinável, dessas do tipo hospitalar. Claro que sem a parafernália dos leitos hospitalares. Era uma cama bacana, que se articulava inteira, como uma poltrona de primeira classe. Foi a época em que mais li em toda a vida. O conforto era tão grande que não queria sair da cama. E devorava um livro atrás do outro.
Comuns no norte da Europa, as camas bi-partidas são uma ótima invenção. A aparência é de uma cama de casal convencional. Mas os colchões são individuais. É o fim das brigas por invasão do espaço alheio durante a madrugada e cada um pode escolher sua própria densidade. Perfeito para casais que não chegam a um consenso se a cama deve ser mais firme ou mais macia.
E por falar em densidade, cada um tem sua preferência. Eu gosto de colchões mais duros, do tipo ortopédico. Os médicos recomendam que o colchão não deve ser nem tão duro, nem tão macio, para que a coluna possa se ajustar. Não sou nenhum especialista no assunto. Não tenho autoridade para falar sobre isso. Mas outro dia ouvi de um ortopedista que colchão bom é aquele em que a gente dorme bem.
Cuidado com as dimensões das camas. Se seu quarto é pequeno, não tente enfiar um modelo "king size". Circulação dentro do ambiente é fundamental. Deve haver no mínimo 60 cm de cada lado da cama. Menos que isso fica péssimo. Encostar um dos lados da cama de casa na parede também é um equívoco. A menos que seu quarto seja de fato minúsculo. Nada mais desagradável que arrumar uma cama de casal encostada na parede.
Se seu quarto é pequeno, não compre uma cama muito alta. A altura que eu mais gosto é 51 centímetros. É baixa, mas não muito baixa. E deixa o quarto visualmente mais espaçoso.
Marcel Steiner
Marcel Steiner é designer de interiores e mestre em história e crítica da arquitetura pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP