Infância

Livros e brinquedos

Mamatraca

Mamatraca

  • Paola Saliby/UOL

    Herdei dos meus pais uma visão de que livros não podem ser comparados a outros bens de consumo

    Herdei dos meus pais uma visão de que livros não podem ser comparados a outros bens de consumo

Herdei dos meus pais uma visão de que livros não podem ser comparados a outros bens de consumo. Livros e gibis sempre fizeram parte da minha infância e não me lembro de meu pai algum dia ter negado a compra de um deles. Não sei se o estímulo à leitura foi o que me levou a ser jornalista ou se a minha vocação já se demonstrava desde cedo com a paixão pelas palavras.

O fato é que sempre tive em mente que faria o mesmo quando tivesse filhos. As meninas frequentam livrarias desde cedo e têm uma bela de uma biblioteca infantil em casa, farta de estilos e autores, todos à disposição em uma estante à altura delas. Confesso que tenho grande orgulho de ter conseguido estimular nas crianças essa forte ligação com os livros.

Em casa, aliás, os livros são tratados como brinquedos. Luísa, nos seus quase seis anos, anda com eles pra baixo e pra cima desde muito pequena e muitas vezes leva livros para a escola em vez de brinquedos. Adora rimas e mesmo algumas histórias bem pouco convencionais que temos em casa.

E a caçula, prestes a fazer três anos, que há pouco tempo não conseguia se concentrar muito nas histórias, de repente despertou para o universo da leitura e está fascinada. Deixou de lado os livros só com figuras e agora ouve as mesmas histórias que a irmã. Na noite passada, Rafaela chegou com uma pilha de quatro livros debaixo do braço e tive de ler todos antes de colocá-las para dormir.

Para organizar e fazer com que elas não fiquem repetindo as mesmas histórias todos os dias, o que é comum nessa idade que elas peçam, criamos a "fila de livros". Escolhemos juntas uma pequena pilha de livros que não são lidos há um bom tempo e, a cada noite, pegamos sempre o primeiro da fila.

E aqui vai uma seleção com dez livros infantis que estão entre os nossos preferidos:

"Cocô de Passarinho" (Editora Moderna)

Eva Furnari é sempre garantia de boas histórias. Adoro o trabalho dela. E esse livro é muito legal. Conta a história de uma cidade pacata onde só moravam seis habitantes, que não tinham assunto pra conversar. O único tema eram os cocôs que os passarinhos faziam na cabeça deles quando sentavam na praça debaixo de uma árvore. Até que aparece um vendedor de flores na cidade e tudo começa a mudar.

 

 




"Menina Bonita do Laço de Fita" (Ed. Ática)

Nesse livro de Ana Maria Machado com ilustrações do Claudius, um coelhinho branquinho fica encantado por uma garotinha negra de laços de fita no cabelo e ele quer porque quer ter filhotes pretinhos também. Então ele tenta descobrir qual é o segredo da garotinha para ficar tão linda daquela cor.

 

 

 


"Rinocerontes Não Comem Panquecas" (Ed. Paz e Terra)

Já perdi a conta de quantas vezes já li esse livro, de Anna Kemp e Sara Ogilvie, pra Luísa. Conta a história de um rinoceronte grande e roxo que aparece na casa de uma família. A menina tenta contar para os pais, mas, como eles nunca prestaram atenção nela, não percebem a presença do rinoceronte na casa deles. Até que eles a levam ao zoológico e lá descobrem que um rinoceronte grande e roxo havia fugido e, enfim, acreditam na menina.


"Papai É Meu!" (Ed. Moderna)

Essa obra de Ilan Brenman (autor brasileiro com ótimos títulos infantis), com ilustrações de Juliana Bollini, conta a história de um pai que, de tão disputado pelas duas filhas, um dia acaba se rasgando ao meio. E aí elas não conseguem fazer mais nada apenas com meio pai.

 

"A Casa Sonolenta" (Ed. Ática)

O livro de Audrey Wood é sobre uma casa sonolenta, na qual todos viviam dormindo (um em cima do outro, do garotinho ao rato), até que um dia uma pulga atrapalhou toda a história e ninguém mais conseguiu dormir.

 

 

 

 


"Gildo" (Brinque Book)

É da Silvana Rando, autora e ilustradora brasileira que eu adoro. Gildo é um elefante que tinha medo de bexigas. Um certo dia, ele descobre que elas não são tão assustadoras assim. Delícia de livro.

 

 

 

 

 

 

"O Ogro da Rússia" (Cia. das Letras)

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Livro infantil escrito por Victor Hugo, o criador de "O Corcunda de Notre Dame". Conta a história de um ogro apaixonado por uma fada. O ogro vai até o castelo dela e, cansado de esperar pela fada que demora a aparecer, não resiste e acaba comendo o filho dela. Ilustrações belíssimas e uma história bem diferente.

 

 

 




"Minha Mãe É Uma Bruxa?" (Ed. Farol)

No livro de Liz Martinez e Mark Beech, o menino Juca vivia desconfiado que a mãe dele é uma bruxa e por isso resolve investigar livros de magia. Ele descobre que a mãe tinha mesmo um típico comportamento de bruxa. Mas uma bruxa do bem. Luísa adora esse livro.

 

 

 

 


"Tío Lobo" (Ed. Callis)

Livro que ganhou o selo de "Altamente Recomendável" da FNLIJ (Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil), Tío Lobo narra a história de uma menina gulosa que quer enganar seu tio, um lobo de verdade, e, no final, acaba sendo comida por ele. O livro é inspirado nos contos tradicionais que alertam as crianças sobre os perigos da desobediência e da mentira, mas trata o assunto de forma divertida. É de Xosé Ballesteros e Rober Olmos.

 

 


"Salada de Letras" (Ed. Salesiana)

O livro de Rosângela Maria de Moro é muito legal para crianças que estão começando a se interessar por letras ou iniciando a fase da alfabetização. A história é de uma menina que não comia nada até que a mãe faz um trato com ela. Todos os dias, ela poderia escolher o que comer, mas teria de seguir a ordem alfabética. Ou seja, no primeiro dia, só alimentos com a letra a (amora, abacaxi, abacate, alface, abóbora, ameixa, arroz, agrião, azeitona), no dia seguinte, aqueles que começam com b e assim por diante. A menina foi experimentando novos alimentos e descobrindo muita coisa gostosa.

 

 

 

 

 

Roberta Lippi

Roberta Lippi, jornalista, é mãe da Luísa (6 anos) e da Rafaela (3 anos). É uma das blogueiras mais antigas na área de maternidade e está sempre antenada nas discussões sobre educação e comportamento. Vive uma mistura de fases em casa, e rebola para conseguir não deixar cair nenhum pratinho. Sente que se tornou uma mãe muito melhor por causa da internet, lugar onde encontrou a informação de qualidade e a verdade que não achou nos livros e nos consultórios de pediatra. Prefere a linha do "equilíbrio", ou do "meio termo" na maioria das vezes, mas também sabe rodar a baiana quando acha que deve. www.mamatraca.com.br

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