Infância

Brincando na chuva

Mamatraca

Mamatraca

  • Paola Saliby/UOL

    Resolvemos aproveitar. E, na falta do sol, fomos curtir a chuva

    Resolvemos aproveitar. E, na falta do sol, fomos curtir a chuva

Estávamos de férias na Bahia, mas demos azar: dias ininterruptos de chuva, para tristeza daqueles que viajaram à procura de sol, como eu. Quem imagina passar dias na Bahia sem poder sair de dentro do hotel? Mas, já que é o que tínhamos, resolvemos aproveitar. E, na falta do sol,  fomos curtir a chuva.

Essa experiência me fez reparar no quanto as crianças criadas em cidade grande, morando em apartamento, mal percebem a chuva. Só assistem por dentro das janelas do apartamento ou dos vidros do carro, sem tempo ou disposição para contemplá-la de verdade. Não sentem o cheiro do mato molhado. Assim como nós, adultos,  parecem estar sempre fugindo da chuva.

Falo isso com certa tristeza, pois passei minha infância morando em uma chácara no interior, realidade bem diferente da vivida pelas minhas filhas. Correr na chuva e pular em poças d'água eram brincadeiras constantes tanto quanto subir em árvores ou correr descalço.

Nessa viagem à Bahia, pude reviver com minhas filhas um pouco dessa liberdade. Luísa não se aguentava de tanta felicidade quando permiti que ela brincasse sob a chuva sem regras ou "nãos". Fizemos guerra de bexiga cheia de água na grama.

Rafaela, ainda menorzinha naquela época, descobriu as sutilezas: brincou com a água das poças, sujou as mãos na terra molhada, encantou-se colocando as mãozinhas debaixo das gotas que pingavam do telhado.

Aprenderam a curtir a natureza na sua essência e descobriram que a chuva também tem seus encantos.

Roberta Lippi

Roberta Lippi, jornalista, é mãe da Luísa (6 anos) e da Rafaela (3 anos). É uma das blogueiras mais antigas na área de maternidade e está sempre antenada nas discussões sobre educação e comportamento. Vive uma mistura de fases em casa, e rebola para conseguir não deixar cair nenhum pratinho. Sente que se tornou uma mãe muito melhor por causa da internet, lugar onde encontrou a informação de qualidade e a verdade que não achou nos livros e nos consultórios de pediatra. Prefere a linha do "equilíbrio", ou do "meio termo" na maioria das vezes, mas também sabe rodar a baiana quando acha que deve. www.mamatraca.com.br

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